20 de maio de 2012

Desenvolvimento infantil dos 4 aos 7 anos de idade

Antes de iniciar os aspectos relacionados a esta fase, cabe ressaltar que, as características do desenvolvimento infantil correspondente a cada idade, são como um “norte” e não como um guia a ser seguido à risca. Isso porque cada criança é única, tem sua história, sua genética, sua realidade, seu meio. Logo, há um contexto para ser analisado, assim, tomemos essas dicas para compreender melhor as crianças e para sabermos por onde andar e não para classificá-las em determinada fase sem analisar todo o contexto em que está inserida.
Como falou-se anteriormente, o foco das dicas desta fase seria relacionada aos brinquedos e a alfabetização. Bem recapitulando então: para os bebês, que encontram-se numa fase sensorial, os brinquedos devem estimular os sentidos, mais a audição (que está em pleno desenvolvimento já ao nascer) o tato (cuidando as texturas para não irritar a pele sensível dos bebês) a via oral, pois o bebê tem praticamente toda sua percepção na boca, por isso o incentivo ao aleitamento materno no início e depois explorar diferentes alimentos através do paladar (adequado ao desenvolvimento do aparelho digestório é claro). O bebê pode gostar de chupar o dedo, o que é ótimo, pois além de acalmá-lo, pelo simples fato de já ter feito isso muitas vezes dentro do útero materno, está em contato com o próprio corpo. Evitando o uso de chupetas que além de ser um material inadequado causa má formação no aparelho fonador, acarretando dificuldades motoras que implicam na fala, na dentição e na aprendizagem linguística. Os brinquedos que estimulam o olfato devem ser bem cautelosos, pois tendem a provocar alergias e os que estimulam a visão podem ser deixados para mais adiante, pois os olhos levam mais tempo pra se desenvolver nos bebês e não requerem tanto estímulo, pelo contrário, devem até ser evitado. Por isso atenção redobrada ao uso de computadores e celulares com os pequeninos, pois pode acabar sendo prejudicial.
Até os 3 anos aproximadamente, os brinquedos são bem individuais, pois os bebês são bem egocêntricos. Então os objetos de encaixe são os mais atraentes e passam a ser mais cogitados por longos anos. Esse tipo de brinquedo permite que as crianças criem, construam, desenvolvam seu imaginário, trabalhando sua criatividade.
A partir dos 4 anos, a criança já tem certa independência. Já se comunica perfeitamente, possui equilíbrio corporal e já consegue estabelecer uma relação bem mais social e menos egocêntrica. O faz de conta começa a ganhar mais força, pois muitas vezes usam panelas, caixas e outros objetos para criar mentalmente brinquedos ou situações da vida real. Conseguem pular corda, chutar bola e brincar com jogos que desafiem a criança corporalmente. Já a partir dos 5 anos, as crianças já conseguem emprestar e brincar com um amigo. Assim os brinquedos passam a ser jogos como quebra cabeça e dominó além dos jogos de montar.
Aos 6/ 7 anos as crianças começam a desenvolver um pensamento mais abstrato, conseguem com mais êxito usar jogos de memória, de pares, dominó com números/cálculos e assim por diante.
O uso de vídeo game e computadores/celular em geral deve ser bem restrito. Antes dos 2 anos é considerado prejudicial a saúde e ao desenvolvimento geral do bebê. A partir daí, pode-se introduzir o uso cautelosamente, por pouco tempo e uma vez a cada X dias, pois as crianças precisam se movimentar e interagir pessoalmente com o outro. Mais adiante a tecnologia vai ganhando mais espaço de maneira mais benéfica, mas até esta fase recomenda-se mais atenção.
A indústria faz uma pressão enorme sob a massa leiga da sociedade. Uma vez que lança a todo instante brinquedos lindos coloridos onde a criança apenas assiste ao brinquedo e pouco interage com ele. Na ânsia de conquistar a criança, adulto compra brinquedos lindos e caros que os pequeninos brincam nos primeiros minutos e logo perdem o interesse, pois não há como estabelecer um contato mais prazeroso com ele.
Vale pensar o quanto é prazeroso pra criança aquele balanço de madeira ou aquele cavalinho de pau, o pé-de-lata e outros brinquedos que ficaram esquecidos no tempo, mas que ainda desafia a criança e ainda marca a infância. O ideal seria ter um equilíbrio entre o que se oferece aos pequeninos.

Em relação a alfabetização: atualmente, a nova lei diz que a criança deve ingressar no Ensino Fundamental aos 6 anos de idade. Se isso é bom ou não, é assunto para outro texto. Por hora, cabe dizer que se deve deixar a ansiedade de lado, ou seja, os pais não precisam e não devem ensinar seus filhos a lerem e a escreverem em casa, temendo não conseguir isto na escola por acharem eles muito novos. Às vezes, a criança ainda não tem maturidade para isso e não será em casa que este problema poderá ser resolvido. A boa notícia é que já é obrigatório o ingresso da criança na escola infantil a partir dos 4 anos, o que faz com que o processo de maturação cerebral, física e emocional se desenvolva. Claro que isso não dependente só da escola, há todos aqueles fatores sobre a realidade da criança que comentei no início do texto. Então hoje, o Ensino Fundamental se organiza para que a alfabetização ocorra de maneira a tornar o sujeito alfabetizado funcionalmente, ou seja, não basta apenas saber ler e escrever, tem que ser funcional, tem que servir para algo, tem que torná-lo emancipado, independente. Assim, está previsto que as crianças tem os primeiros 3 anos do fundamental para atingirem essa meta. Os anos sequentes são destinados ao aperfeiçoamento e ao aprofundamento deste objetivo. Por tanto, há muito tempo para aprender e se desenvolverem de forma natural e construtiva.

Agora você tem espaço para dúvidas, sugestões ou comentários. Participe.

Taisa Canabarro
Psicopedagoga

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