13 de setembro de 2011

"La Pedagogía de los Jesuítas"

Síntese e comentário do texto:

MESNARD, P. La Pedagogía de los Jesuítas (1759 – 1827) In: CHÂTEAU, Jean. Los Grandes Pedagogos.

Este texto apresentou um panorama de dois séculos da educação jesuítica na Europa e no mundo. Pode-se perceber que sua influência religiosa e educacional eram tão fortes que ultrapassaram não só fronteiras territoriais como também centenas de anos, marcando a trajetória da educação confessional até os dias de hoje.

Inácio de Loyola (1491 - 1556) foi o fundador da Companhia de Jesus, ordem religiosa católica, criada após reforma protestante. Sua intenção inicial era divulgar a fé cristã, que acabou se propagando principalmente através da criação de instituições de ensino de alta qualidade.

No Brasil, os jesuítas chegaram em 1549, iniciaram seus trabalhos catequizando os povos indígenas. No Rio Grande do Sul, suas atividades missionárias foram intensas, criaram as Missões Jesuíticas para os povos Guaranis. Em seguida, começaram a fundar suas escolas.

Mas voltando ao texto de Mesnard, percebe-se o forte humanismo filosófico da época. Pois Loyola queria que suas escolas tivessem realmente uma educação integral, incluindo não só os valores cristãos, mas também aspectos filosóficos, sociais, juntamente com o ensino mais acadêmico.

A Companhia de Jesus teve mais resistência na França e na Alemanha, mas aos poucos foram se infiltrando e conseguiram fundar colégios e internatos. Universidades também foram fundadas em várias cidades da Europa.

Os internatos possuíam um programa bem específico, já que os jovens passam todo o tempo submerso a tal educação. Eles tinham tempo designado ao esporte, jogos, diversão e a cultura. Aos sábados as aulas eram diversificadas. Se comparado as escolas integrais da atualidade, pode –se dizer que eles tinham idéias bem contemporâneas já naquela época, no século XVI. Em suas escolas, os alunos tinham direito a recreio, onde falavam em latim, com o intuito de realmente vivenciar o que aprendiam. As aulas eram ricas em gramática, arte, matemática, filosofia, entre outros, a retórica era algo muito forte também. Com o passar dos anos escolares, as matérias iam aumentando de quantidade e de complexidade.

Havia um “professor principal”, que seguia o aluno por muitos anos, mesclando doçura e autoridade. Contribuindo sempre para sua evolução na ciência e na virtude. Diziam, que quando necessário, os castigos eram brandos.

Um colégio que mereceu grande destaque, foi o colégio romano (1550), onde a formação passou a ser exemplo para outras instituições.

Aos cinquenta anos de Companhia, todos perceberam a repercussão dos jovens que se formação em suas instituições. Então Loyola passou a escrever o que foi esta experiência, pois havia sido uma grande vitória na difusão da fé católica e do grau dos letrados em suas escolas. Assim Loyola se consagrou pela eficácia e pela ordem do método jesuítico.

Em “El Ratio”, os educadores jesuíticos, recebiam orientações de como lecionar nos colégios da Companhia. El Ratio era um código simplificado, com regras de como por em prática tal pedagogia. Principalmente para os professores novatos. Eles também tinham um inspetor, que os supervisionavam, para assegurar a continuidade da doutrina e da pedagogia. Mais uma vez, ressalta-se a contemporaneidade do conceito da obra jesuítica. Desde aquela época, já se pensava na formação dos seus educadores, visando unidade e fidelidade aos preceitos da ordem. Esta característica, entre outras, acredito que foi e ainda é fundamental para perpetuação da obra, embora bastante dispersa, mas ainda presente, pois faz com que todos estejam engajados na causa jesuítica.

Mas voltando, após dois séculos, toda aquela potência jesuítica entrou em declínio. A formação dos professores já não era mais a mesma. É possível que a morte de Loyola tenha seu peso. O estado moderno, que o separa da religião desencadeia fracassos econômicos, levando ao fim da Companhia de Jesus enquanto potência religiosa e educacional.

No Brasil Colônia, os jesuítas foram expulsos por marquês de Pombal, pois eles não queriam liberar os índios para serem escravos de Portugal, queriam continuar catequizando-os e ensinado técnicas agrícolas que garantiam sua subsistência. Como os jesuítas haviam fundados inúmeros colégios e seminários, o Brasil sofreu ma ruptura no sistema educacional da época.

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